domingo, 28 de setembro de 2014

Lábios coração.


Ando tão longe daqui, de escrever, seja no papel, seja por aqui. Eu ando em eterna crise e catarse, mas sinto que a calmaria logo chega.
Todos nós temos nossos mecanismos, nosso idioma, nossas cores que mostram nosso humor, nosso amor, nossa mente, espírito e alma vezes sós vezes em comunhão. Hoje passei batom vermelho, como várias outras vezes na minha vida. Não vou sair, não foi para me arrumar, faço isso desde pequena .Lábios vermelhos, traduzem o coração.
E não falo de amor, ou até falo, mas nada de romance. Quando pego meu batom vermelho é como um soldado pega suas armas pra batalha. É um ato solitário, egocentrado, eu passo o batom vermelho em mim e para mim, como um grande ato de amor próprio. Os índios pintavam seus rostos de vermelho com urucu, dançarinas de flamenco os lábios, cortesãs antigas passavam o rouge bem acentuado. É a batalha da vida, em busca de uma conquista e de se expressar, talvez, a maior expressão. Estamos vivos, corados, vermelhos como o sangue que corre quente nas nossas veias.
Várias vezes pessoas, coisas, acontecimentos me fizeram e me fazem acreditar que estou já morta, ou querer estar, daí eu passo meu batom e ele retumba em alto e bom som: " ESTOU VIVA, E ESTOU NA BATALHA!".
Vou escrevendo nessa prosa simples algo tão comunal, o homem, ou melhor, uma mulher e suas armas de guerra pra ser independente e sobreviver nesse mundão.
Eu pego um livro e um batom, vermelho de preferência.