sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Hum, jura?




 Aos vinte seis você acha que é mais dona de si do que parece. Não é. E não importa que você seja totalmente "independente" de pais e dos namorados (essa pessoa existe? #pararefletir) , você vai crescendo e cada hora vai ter alguma "obrigação" social para cumprir. Tem que beber, tem que arranjar namorado, tem que estar perfeita, tem que ser baladeira, tem que, tem que... cansei só de escrever. Tenho dó de quem segue as regras certinho, porque ser eu mesma e cagar pra ser normal já dá trabalho, imagina viver sua vida alienados somente no inconsciente coletivo? Excruciante. Deve ser um porre.

Ultimamente tenho ouvido tantos clichês sobre como viver minha vida, como ser mais "normal", como uma pessoa da minha idade tem que ser, ter, que se juntasse todos esses mesmos clichês, acho que dava a fórmula da vida. Viu, não digo que escapamos todos nós dos clichês da vida, nem mesmo eu "ó, magnânima  da anti-alienagem" (quem não sentir o sarcasmo, favor voltar para as aulas de português da escola).

 O ponto é, por que nos estressamos tanto? São muitas informações? Muitos aparelhos tecnológicos?
Foi a geração dos nossos pais que nos deixaram assim? Competitividade em um mundo corporativo cheio de millenials que não querem competir, só ter o seu espaço?
Sim e não. Mas a verdade nua é crua é que hoje em dia a pressão do "ter e parecer" é enorme nas nossas cabecinhas que não cresceram com essa enxorada de vida pessoal expostas para o mundo ver.

 Você só consegue ser mais dono de si quando consegue admitir o quão esmagadora nossa sociedade está e mesmo assim, a cada dia, tentar ligar menos pra perfeição que não só a internet, mas a vida moderna nos impõe e fazer esse carão da Audrey de "Jura?" e priorizar, lutar e viver sua vida de acordo com as suas regras e verdades.

 Já faz um tempo que me conformei que meu papel nesse mundo é bem diferente do que eu pensei, e diante do que eu já vivi eu roguei por normalidade, senhoooor normalidaaadeee (cazuzeando), mas hoje vejo que apesar dos pesares, talvez, a anormalidade me fez muito melhor, muito mais sensível, muito mais inteligente, muito mais criativa, muito a melhor Camilla que eu sonhava ser.


 Disso vida, nem precisa tanto se arrepender.