quarta-feira, 15 de julho de 2009

Lágrimas de fênix.

Viver como muitos já disseram e eu venho aqui ridicularmante repetir,é realmente algo engraçado,estranho,instável.Hoje em um grande shopping da grande São Paulo,esbocei(tá eu tinha esperanças de que conseguiria) o desejo de assistir um filme que é a sexta produção cinematográfica de uma série de livros conhecida internacionalmente,tá acho que todo mundo sabe que se trata de "Harry Potter e o enigma do príncipe".A questão é que,hoje na praça de alimentãção desse mesmo shopping,estava eu e minha mãe comendo quando ela,como sempre,querendo uma desculpa para não ter de ir ao cinema,soltou um:"Harry Potter,de novo Camilla?Você lê esses livros e vê esses filmes desde quando,desde os dez anos?Já não é a hora de crescer?",não,eu li o primeiro livro quando tinha onze anos,e respondi que vi o primeiro filme com treze,mas,o que mais me deixou reflexiva foi o que minha mãe me disse.Sabe,hoje olhando para aquela fila gigante do cinema,com tantas crianças nos colos de suas mães,eu me assustei mais um vez com a passagem repentina do tempo,sabe,tantas crianças que nem tinham idade,maturidade e que nem ao menos entenderiam o teor da estória,crianças que não sonhavam estar nem nascidas quando eu com meus até então onze anos peguei aquele livro recém lançado aqui no Brasil.Mais chocada ainda me lembrei que minha mãe me disse para crescer,como se crescer tivesse alguma coisa haver com ler livros sobre magia e jovens que passaram suas adolescências sob nossos olhos,exatamente como,exatamente como muitos que hoje tem a minha idade!Ter vinte anos ás vezes é bem mais emblemático do que eu poderia imaginar,até ano passado com dezenove e ainda considerada adolescente ainda também,conseguiria por toda a culpa na idade,e assim como passe de mágica eu nem posso mais gostar de algo que eu vi começar,que eu passei toda essa fase acompanhando,uma coisa que talvez não seja mais tão importante na minha vida como foi aos onze ou treze anos,mas,que ainda faz parte de mim,isso não pode se discutir.A questão é,que como todos esses últimos posts,por que raios as pessoas tem tantos padrões sobre o que seria crescer?Porque crescer não pode ser mais natural e menos difícil do que ele normalmente já é?E por quê?Por que temos que deixarmos de gostar de coisas que nos são atemporais,coisas que sempre estarão aqui dentro da gente como a criança que deveria sempre estar aqui dentro de nós?Eu imaginava quando era pequena que a gente quando ficava adulta magicamente perdíamos o medo de escuro(em parte perdi,mas ainda tenho um abajurzinho do meu lado,qualquer coisa ,né?hehe),o medo de injeção(perdi com a vida mesmo,mas mesmo assim não acho uma das coisas mais agradáveis de ter que tomar.),e coisas do tipo,mas sinceramente,claro que mudamos,é claro que doamso as bonecas,mas sempre guardamos aquela lembrança da infância que sempre estará conosco,ou um cobertozinho,um brinquedo,o que seja,isso não é deixar de crescer,isso é sabedoria ao amadurecer.Sabedoria de que,por mais que crescemos e esquecemos de todas aquelas lembranças que foram realidade um dia,mesmo assim aquela pessoa continua lá,em constante transformação,mas ainda está lá,esperando um filme da sessão da tarde,uma criança em ponto de ônibus para sair um pouquinho.E assim minha parte adolescente tão recentemente partida,sempre existirá,naquela série de livros e filmes que foram em uma fase tão difícil da minha vida,a minha tábua de salvação.Porque nem só de realidade vive o homem,e quanto conhecimento já trouxe a ilusão! Ah, lembrando que o sexto filme do "Harry Potter" tem censura de doze anos.Acho que só isso já explica que o filme não é infantil. Só pra nunca me esquecer,"Draco dormiens nunquam titillandus".

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